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segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O Mistério


A vida, sempre tento explicar;
E coisas simples, nem preciso tentar;
Se me envolvo com tudo o que há;
Apenas significa que posso melhorar;
Depois de tanto tempo já devia pensar;
Nada é melhor que apenas relaxar;
Desarmar, das neuroses e achar o tempo de parar;
Porem, já não vivo sem imaginar como seria explicar;

O que sinto, vai alem do vicio;
De fazer o que sinto;
Paraliso quando o completo é apenas o início;
E se você acha que são os pés que eu finco;
Pense e repense para chegar ao principio;
Da idéia e verá que nada foi escrito;
Por isso, não há regra ou refúgio;
Existe só a sensação de beirar o precipício;

Vai passar, pela extensão;
De toda a história é possível;
Tirar emoção e no final fica a lição;
Mas reescreva e não fique invisível;
Fácil é dizer que foi só ficção;
Simples justificar a aparente visão;
Diante da dificuldade clara é a abominação;
Nessa história você não é um particípio;

Para o final, de tudo isso posso gritar;
Sem responsabilidade alguma para prestar;
Dentro da sua sociedade você pode me julgar;
E dentro da minha vida posso te condenar;
Estou no seu mundo, mas, seu mundo em mim não há;
Sinta se na sua casa fora do meu lar;
A mensagem é clara, muita fácil assimilar;
O Deus que há em mim não costuma te tolerar.

Waguinho Alencar.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

O Espetáculo do Mundo

Já lhe ofereceram o que não existia?
Já lhe mostraram o que não deviam?
Já quis ter o que não lhe pertencia?
Já foi até onde não te queriam?

Bem vindo, ao mundo das ilusões;
Tão real como todas as situações;
Tão verdadeiro como suas pretensões;
E mentiroso como o sucesso que propõe;

É real, pode vim e comprar;
É verdade pode até embalar;
 Leve pra casa, admirar;
O que nunca se teve vai chegar;

Quantas vezes estórias reescrita;
As mesmas que eu escrevi;
Quantas vezes maldições ditas,
As mesmas que fiz questão de cumprir;

Te falo que foi assim;
Fizeram a mesma proposta para mim;
E aceitei ir até o fim;
Manipulado tal um manequim;

Fui pelo espetáculo do mundo;
Fui apresentado eu provei e vi;
Encarei a situação até o fundo;
Depois de conhecer foi quando descrevi;

Belo e com muitas luzes;
Por trás morto e vil;
Reluzentes como fuzis;
E vai te mandar ao covil;

Você saberá,
O fim se aproxima dá pra sentir;
Então o que será?
Qual é na única salvação que existe por aqui?

Waguinho Alencar.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Atitude

Em estado de estátua;
Congelado na estática;
Paralisado como tática,
Entregue a tal dogmática;
Vivência burocrática;
Tornou-se apática;
Mais apenas pragmática;
Para atitude é necessária mais prática;

Quero agir e não contundir,
Quero criar e não apagar,
Quero viver e não desaparecer,
Quero crescer para não morrer,

Para fazer preciso sair;
Mas sem trabalhar posso falir;
Com tantos problemas posso cair;
Com quem posso vou me abrir;
Olhando por mim é difícil conduzir;
Mesmo assim pensa prosseguir?
Sem esse papo do fundo emergi;
Quero ver esquecer para reagir;

Garanto quando me inclino;
O meu ciclo é um cilindro;
Mesmo morrendo não afino;
Revigoro quando ilumino;
Vou levantar imagino;
A luz chegou quando culmino;
 Ao meu levantar genuíno;
Atravesso como clandestino.

Waguinho Alencar.

sexta-feira, 13 de maio de 2011

A tortura da Alma

Nada que eu digo tem sentido;
Quando suporto não faço nada;
Tudo que penso me torna um perigo;
Quando não consigo segurar extravasa;

Nada que eu faço me gera abrigo;
Hoje não me visto com roupas ou casa;
Tudo que desfaço me traz um castigo;
Melhor abandonar e deixar a minha cova rasa;

Nesses momentos o que é melhor?
Partir pra guerra ou fingir de morto?
Bancar a vitima ou assumir ser o causador?
Perguntas só me geram mais desconforto;

Eu quero mesmo é saber de onde vem a dor;
No momento serei apenas mais um semimorto;
A beira de me tornar mais um ser inferior;
Acredito no sentimento talvez o único reconforto;

Quando o fim está próximo e nada se faz;
Quando o sol fecha as portas como Alcatraz
Quando o rosto do torturador nunca se traz
Quando o mais perto da luz é estar em paz;

Tudo falta quando se precisa;
Na inconformidade da vida;
Por menos não falta a mão amiga;
Por tanto a vontade se torna atrevida;

Em meio as lágrima solto a verdade;
Sem traição vejo apenas calamidade;
A dor afasta de mim a humanidade;
O carrasco me apresenta sua agilidade;

Quando tudo passar guarda meus restos;
Terei ainda sobras de lamentações e desprezo;
Quando fechar a porta limpe o meu manifesto;
Não deixarei lembranças da morte de um indefeso.

Waguinho Alencar.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Trocaram o Sul pelo Norte? (Melô do Perseguido)

Eu nunca fui assim;
Pensava primeiro em mim;
Pra que deixa quem ama partir?
Pra que torna difícil assim?

Quando cai na real era tarde,
O aviso sempre chega como alarde;
Como uma subtração covarde;
Ferido, como toda ferida arde;

No dia o céu não foi azul;
Nem o sol foi amarelo;
Norteei-me pelo sul;
Mesmo sem acha nenhum elo;

Quando o esperto ficou pobre?
O rico ficou mais burro?
O malandro se achou nobre;
Com ordens trocadas não manipulo.

Waguinho Alencar.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Julgou Agora Pagou

Nasce em você, e vem me falar;
Faz tudo errado e ainda vem chorar;
Sai pra lá, fica de canto e me deixa passar;
Audite sua consciência depois venha conversar;

Conjugo o seu verbo;
Usando o meu tempo;
Não esconda o seu exacerbo;
Defina pra mim o seu passatempo;

Da vida dos outro você sabe falar;
E nem da sua própria sabe cuidar;
Acorda! Toma cuidado para atravessar;
Até em viela tem véio querendo te atropelar;

Tá marcado rapá, já era, se liga na conduta;
Não tem mais nenhuma desculpa substituta;
Vai arcar com a responsa e assinar sua culpa;
Acabou o tempo, o juiz martelou sua permuta!

Waguinho Alencar.

Razões pra Continuar

Estive no fim e voltei pro inicio;
Mil paradas sem nunca parar;
Dediquei a alma em sacrifício;
Alcancei o céu, o fiz meu lar;

Quando apreciei o mal, pensei bem;
Figuras importantes e personalidades;
Como um barco a deriva fiquei a quem,
Dará algo por mim? Entenderá a complexidade?

 Lembrei de quem nunca esqueci,
A força do pai que adormeci;
Quase sem suspirar, amoleci;
Com muita motivação, me enchi;

As pontas da estrela de Judá;
Fazem-me lembrar
O porquê eu nunca posso parar
De lutar, rimar, falar e cantar.

Agora se quiser me derrubar,
É trabalho dobrado posso confirmar;
A luz que há em mim não irá se apagar;
Essa certeza eu posso levar;

Honra a mim não, só ao Senhor;
Meu Deus no céu e na terra redentor;
Mesmo com lutas é meu confortador;
Aguardo em ti a confirmação de vencedor;

Revestido e protegido até posso cair;
Ainda sou humano, não sou mais de fugir;
A guerra apenas começou, sei pra onde ir;
Ainda se quiser pode me seguir.

Waguinho Alencar.

domingo, 17 de abril de 2011

Culpado por falar ou por calar

Acredite sou humano;
Repleto de erros e acertos;
Com motivos mundanos;
Razões justificando consertos;

Fiz e me arrependo;
Não fiz e me arrependo;
Compreendi e não compreendo;
Para todas as opções faço um remendo;

Tive razões posso confirmar;
Quem nunca teve para continuar;
Sem testemunha para confirmar;
Só me cobram para explicar;

Condenado mesmo por falar;
Motivos e atitudes para complementar;
Somente vão me complicar;
Condene-me por não abdicar.
Waguinho Alencar.

Desejo por ela

Nasce do nada;
O desejo de estar perto;
Vem desordenada;
O amor liberto;

Desejo e quase vejo;
Em meu quarto revejo;
Ela perto eu antevejo;
A perfeita cena do beijo;

Linda sem palavras pra falar;
Sem descrever só para parar;
A luz que ela tem vem acalentar;
Abandonado, peço pra ela ficar;

Beiro a loucura por não controlar;
As palavras somem ao chegar;
O calor que nunca peço pra parar;
Ela é a causa que me faz amar;

Para ela prometi o céu;
Já lhe cobri com o véu;
Meu tesouro nunca fica ao léu;
Para ti movo até arranha-céu;

Sem limite para sonha com ela;
Pois o sonho veio depois dela;
Antes era apenas imagem com ela;
Agora a minha realidade é dela;

Espere o inevitável;
Por mim e por ela;
O amor inabalável;
Concreto com ela na capela;

O nosso futuro a Deus pertence;
Porem idéia nunca irá faltar;
Facilmente meu coração convence;
O que for necessário desejo realizar.
Waguinho Alencar.

Instinto Solitário

Participo do grupo de um homem só;
Como se fosse um exército fiel, só;
Compartilho todas as informações comigo só;
Assimilo as regras impostas para mim, só;

A solidão é companheira;
A mesma que me deixa sem ar;
Minha sensação mais costumeira;
Falo tudo que quero mesmo sem falar;

Não tenho necessidades;
Supro com facilidades;
Aplico as próprias penalidades;
Não provo da minha fragilidade;

Descrevo a situação;
Com fácil assimilação;
Julgo-me de fácil condução;
Solitário, como condenação;

Em dias normais tenho amigos sim;
Participo com grupos de festim;
Ninguém aparece para me ver;
Com o palco montado fico no camarim;

Sou estrela apenas na rua;
Onde o deserto, represento;
Faço uso da luz da lua;
Sigo minha caminhada ao fim, atento;

Não existe diferença;
Entre o sol e a lua;
Não vejo como doença;
Só, a noite me situa;

Sempre vejo a hora de vestir a manta;
Minha solidão sóbria me encanta;
A hipnose do dia-a-dia abrilhanta;
Espero enquanto meu instinto agiganta.
Waguinho Alencar.

Acredite

Acredite primeiramente em Deus;
Pela vida e o ar que nos deu;
Em segundo valorize os seus;
Para garantir que a aliança prevaleceu;

Acredite na estrada;
Siga a trilha da verdade;
Sem desviar a caminhada;
Que te levará a felicidade;

Com perseverança e diversidade;
Adicione pitadas de lealdade;
Não confunda com dupla personalidade;
Mantenha sempre a jovialidade;

Embora para proteção seja necessário;
Descarte procedimentos duros;
Opte por relacionamentos solidários;
Tente tornar-se um homem puro;

Sempre acredite no investimento;
Na lei natural da sua recompensa;
Não deixe passar nada, fique atento;
Esta regra qualquer fórmula dispensa;

 Cálculos e gráficos são incompatíveis;
Com o natural esperado no dia-a-dia;
Tente escrever adiante termos ilegíveis;
Se escrevesse ao inverso o sucesso surgiria;

Acredite nem tudo pode se explicar;
O natural é apenas com o fácil lidar;
Pode ser mais tranqüilo não se machucar;
Perceba que a sua vida pode mudar;

Acredite a vida voltará;
O curso natural seguirá;
Palavra boa sempre escutará;
E outra pessoa aconselhará.
Waguinho Alencar.

Escrevo pela vida

Inspirado com a vida;
Escrevo pra servir;
Utilizo a língua mais atrevida;
A faço para me conduzir;

Com muitas idéias;
Prontas para emergir;
Estou sempre como na estréia;
Prepara do para difundir;

A criação tem sentindo;
Sentindo a libertação;
A libertação dos sentidos;
Sentidos para a criação;

Quando produz som;
Quando rima o tom;
Quando percebo o dom;
Quando brilha feito neon;

Com a obra realizada;
Tenho a verdade apresentada;
A certeza que a minha levada;
Pelo coração é almejada;

Como filho o dever de ensinar;
Pela minha rima tenho que lutar;
Quando ganha a forma para convocar;
O meu dever passar a ser libertar;

A poesia pode te mudar;
A língua com o poder de exaltar;
Não verso somente para rimar;
Rimo pela vida, para contemplar;

A única maneira de garantir;
E a sua leitura sempre alcançar;
Varias almas de verdade aderir;
E prevalecer o sentimento que há.
Waguinho Alencar.

sábado, 16 de abril de 2011

Amor, amar e dor

Quem te consolou?
Seu travesseiro ou cobertor;
Quem te abraçou?
Algum amigo confortador?

Digo o que sei;
Nada imaginei;
Apenas me preocupei;
Em proteger você, porque te suportei?

Amar gera dor;
A dor com amor;
O amor avassalador;
Cobra resultado tal credor;

Nada a mostrar;
Nem sentimento para apresentar;
Sensação vazia continua a procurar;
Não sou eu quem vai tentar explicar;

Perceba os fatos;
Considere os seus atos;
Encare como contratos;
Seu amor em comodato;

 Pura enganação;
Mascara para aceitação;
Mentiras servem de cauterização;
Não suporto viver sob sua condução;

Basta a sua dor não ser real;
Não acredito em explicação astral;
Aceite a separação consensual;
Acabamos de quebrar o seu cristal;

Fantasia acabada;
Mantenha a nossa estória inacabada;
Daqui para frente fique preparada;
Ao fim chegou para sua caminhada.
Waguinho Alencar.

Estrada escura

Fui criado e formado na rua;
Sem nenhuma formosura;
Deixando várias situações impuras;
Na vida, mas nunca em minha postura;

Até parece que essa rima é recado;
Mas só descrevo meu passado;
Hoje não é mais assim, porem ai sim;
Consegui sair, mesmo nunca sendo afim;

Nunca fui homem de família,
Nunca acreditei na minha linha;
A variação me fez encontrar o terror
Nem tinha luz no fim do corredor;

Rimo como falo, falo como sinto;
Sinto como escrevo, escrevi por um fino;
Muitas vezes era meu único alimento;
Fiz por onde fazer ser meu sustento;

Aí você ficou parado, congelado, estático;
Não companheiro, não era nada prático;
Sempre necessário, sentido dogmático;
No fim das contas muito pragmático;

Um ser transtornado;
Conceitos desconfigurados;
Passado desacreditado;
Os princípios foram arrebatados;
  
Utópico e fora de sentido glorifico;
Longe dos desejos, e partindo pros mitos;
Sonhos eu tenho e nunca justifico;
Só Deus diz, saia lodo eu te republico;

Novo como nunca eu retifico;
Sem dupla personalidade eu versifico;
Do bom para o melhor eu justifico;
Graças ao meu Deus eu te explico.
Waguinho Alencar.

A energia da minha vida

Ao nascer do dia vejo seu amor;
Por entre as nuvens o raio de sol;
Entre as aves divido meu louvor;
Sua luz ilumina minha vida como farol;

Minha rima é um dom;
Minha escrita vira som;
Meu som toca um tom;
Um presente do Deus Bom;

Agradeço o nascer;
Inicio o meu viver;
 Deixo Deus me colher;
Sua presença me faz fortalecer;

Tenho provas na minha corrida;
Carrego todo dia em minha lida;
Pois é de onde minha energia é provida;
A usina particular que move minha vida.
Waguinho Alencar.

Conquistei

Já fez, já fiz;
Corri, ali;
Mudei aqui;
Comentei, parti;

Lutei por mim e por ti;
Para mim e pra ti;
Por todos e por nós;
Pra sempre por vós;

Não encontro fim;
Magnetizado da ponta ao fim;
Puxo uma corda sem fim;
Longas batalhas sem fim;

Sempre à frente;
Nunca para trás;
Sigo coerente;
O resultado me traz

Tenho persistência;
Não embaso a transparência;
Conquisto por competência;
Avalizo a minha permanência;

Não guardo na memória;
Somente experiência;
Não vivo de gloria;
Prezo pela minha eloqüência;

Entendeu minha posição?
Daqui em diante preste atenção;
Tenha na mente a minha decisão;
Perceba sempre a minha solução.
Waguinho Alencar.

O não comprometer

Saber e dizer,
Ignorar o proceder,
Automatizar sem perceber,
Conquistar sem ter poder,

Assinar sem ler,
Nem pensar pra fazer,
Falar sem percorrer
Assumir sem crescer,

Entregar por merecer,
Fazer para só depois ver;
Construir sem padecer,
Imaginar sem acontecer;

Aguardar enlouquecer;
Desistir de correr;
Facilmente se aborrecer;
Enganar sem perceber.
Waguinho Alencar.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Vozes

Muitas vozes na minha cabeça;
Me dizem nada com nada, Inclusive agora;
Dizendo várias coisas, tumulto à beça;
Milhares de palavras por hora;

Sem noção ou razão;
Nunca escutei a voz do coração;
Quão bom é poder escutar sem assimilação?
Sem a responsabilidade de dizer não;

Deixei-me levar, e a voz disse vai lá!
Eu fui e me fiz apresentar, com você quis estar;
As vozes me dão a liberdade fácil de conquistar;
Muito agradável de lidar;

Consequências não podem existir;
As vozes contaminam e não saem de mim;
Quando dou ouvido a elas mais forte podem vir;
Agora estou eu aqui parecendo um zumbi;

Pedi pra me destruir,
Dominar a partir daqui;
Guiado é fácil partir;
Vou como se fosse um Colibri;

Como um novo dialeto;
Escuto palavras sem nexo;
Entregue e asséptico;
Um novo homem elétrico;

Sentimento congênito;
Impermeavelmente permanente;
Sem carregar nada como progênito;
Frio, fui morto gradualmente;

Vozes hoje minhas;
Promessas hoje minhas;
Consequências hoje minhas;
Vida ou morte hoje minha.
Waguinho Alencar.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Difícil é ser eu mesmo

Eu aceito, e você me aceita;
Da forma que estou não sou;
Entre várias personalidades qual é eleita?
Se mudar não, quando me vou?

Multi-fantasmas se inserem em mim;
Realizando as funções que nunca estive afim;
Enquanto o sistema funcionar assim;
Não sou eu, acredite somente no fim.

Sempre perco as emoções;
Não sinto os sentimentos;
Engano-me com aflições;
Escrevo meus lamentos;

Preso em um corpo com ações;
Que não aprovo e considero
Sem minhas resoluções;
Mentiras sem mais elos;

Eu quero falar, me libertar;
Fazer, agir e mostrar;
Perder todo conforto, me situar;
Vão me mandar passear, me virar;

Medo da verdade eu tenho;
Mas quem não tem?
Quem sou eu?  Nem sei;
Apenas a vergonha detém;

Quando daqui sair, vou à busca de ti;
Liberto e com o coração aquecido;
O velho espírito volta a incluir;
Fora de forma, mas nunca esquecido;

A minha história começa daqui;
Apago o passado que nunca escrevi;
Se conseguir recomeçar enfim;
 Vai ser um prazer ao seu lado seguir.
Waguinho Alencar.

Gueto (Eles querem que acreditemos)

Obscuro, cruel e sujo;
Descreva em uma palavra só;
O lugar de onde só vem quem é nulo;
Ignorado, o sentindo é se sentir só;
Não tente explicar que você não quer conhecer;
Nem espere que um renegado se expresse;
Dentre dez, um tem o dom para exercer;
Ainda assim, demora para acreditar que pudesse;

Lá o sol não brilha;
Nenhuma história tem trilha;
Não chamam de família e sim de quadrilha;
O terror é uma forma de manter preso na escotilha;

Todos sonham com o irrealizável;
O cenário bem diferente do provável;
O lugar onde se vende o invendável;
A mudança, felicidade ou a vida saudável;
A beleza não existe ali;
Todos têm o afã de partir;
 Quantos nasceram daqui?
E você diz que conhece isto aqui?

Não se iluda, nem crie ilusão;
Acredite que haja a solução;
Nós, humanos partimos pra ação;
Quando acreditamos na nova ambição;
Waguinho Alencar.

domingo, 10 de abril de 2011

Por você Nêga

Completo, me considero quando estou com você;
Pra quem nunca teve, poder não entender o que é ser;
Contigo tenho muito mais sensações para perceber;
A vida colorida começa a ter sentindo e algum parecer;

A Nêga linda é um sonho;
Sonho de sonhar acordado;
Inspirador cada minuto com você componho;
Mais que perfeito, não precisa ser completado;

Verdadeiro, real, puramente natural;
Sonho verdadeiro como sua pureza;
Sem complementos, completa; causal;
Estonteante a perfeita realeza;

Por ti me dobro, desdobro não me abstém;
Passo, repasso e ultrapasso também;
Conquisto o que foi conquistado dizendo amém;
O sacrifício por fica leve e me leva além.
Waguinho Alencar.

sábado, 9 de abril de 2011

Seria Perfeito

Mundo perfeito, sem mandar nada pro espaço;
Impossível pra alguns, o mundo parado;
É fácil quando se olha dentro de um pequeno traço;
Nada acontece de verdade, tudo estagnado;

Deixar o mundo como se fosse um abrigo;
Possível pra mim por que mexe comigo;
Pra você impossível porque mexe contigo;
Toca bem profundo no seu egoísmo;

Mexe no bolso e passa o troco;
Mente e passa por bom moço;
Investe em mim, mas não aprova o esboço
Pega tudo de volta por falta de esforço;

Várias glórias por horas;
Nenhuma conquista na história;
Sugador de outras obras;
Estante com mentiras em memórias;

Engoliu a seco a verdade desceu;
Corpo estranho em seu organismo;
Quando a luz acendeu acabou o ‘breu’;
Causou no seu interior o verdadeiro abismo;

Desapega no que se apega, destrua sua cela;
Sem verdades alega, não apegue a vela;
Deixa brilhar, pro mundo mudar;
Solta o verbo e deixa lançar;

O bom projeto deve vingar;
Da sua mente direto pro fabricar;
Por tudo lutei não vou negar;
Preciso dormir e parar de sonhar,

Vontade perfeita e pura pra realizar;
A obra agora pode firmar;
Sem preconceito vamos burlar;
Espere o resultado brotar.

Waguinho Alencar.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Rap Filosófico

Definir, daqui pra frente é assim;
Categoria, assunto, classe e afim;
Composição métrica por estrofe parte de mim?
Nada parecido com a natureza aflorada como em um Jasmim?

Talvez não possa falar ou considerar;
Qual o problema o tal do Sócrates citar?
Apenas porque só sei que nada sei;
Mas falar de rap eu sei;

Não sou Platão nem outro discípulo não;
Tenho o conteúdo próprio não preciso de tanta atenção;
Sou liberto pra escrever sem moderação;
Meu compromisso apenas com minha indiscrição;

Demasiadamente exagerado e aparente;
Nunca fui de ficar em cima de um repente;
Faço rima pra me satisfazer e minha língua engrandecer;
Digo meu conteúdo apenas pra quem for entender;

Produzido mas sem maquiagem;
Versos reais sem camuflagem;
Só com o intuito de te libertar;
Do seu papo chato de filosofar;
Waguinho Alencar.

Definição Acadêmica de Você (Síndrome D.A.V.)

Teu destino é se ferrar;
Comece por esperar;
O pagamento pela inércia;
Só vem a tona com a sua miséria;

Quando chegou a tecnologia pensou;
Minha ilusão chegou;
Mentir pra você mesmo é sua arte;
E pra você tudo isso faz parte;

Da sua obra inacabada, chamada de prima;
Pois nunca será a sua intenção, realizar não é sua sina;
Não tem jeito pra você, não vou perder meu tempo em te ver;
Estado terminal, teu caso é de análise, não espere nunca ser;

“Não falo por você;
Não faço por você;
Não espero te ver;
Quando você vai crer?”

Terminantemente depois se arrebentar;
Vem pra mim dizendo que vai tentar;
Te orienta, pega uma bússola pra te ajudar;
Não sou trouxa, some, vai passear;

Não adianta uma nova chance;
Você nunca se garante;
Sua história não foi adiante;
Sozinho sempre foi arrogante;

Agora sozinho onde vai ser seu mirante?
Para sobreviver na rua tem que ser brilhante;
E você tá longe de ser alguém fascinante;
Não conquista nem ator coadjuvante;

Não desejo o mal, mas fica alerta;
O mal deseja você, isso não te liberta;
Só por mera preocupação uso a minha definição;
Parasita, ser biológico sem ação.
Waguinho Alencar.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Origens

Esse e o primeiro poema que eu oficialmente dedico, e não é por acaso, foi escrito para o Homem que me ensinou a ser Homem, Francisco Sales, o velho Chico Cotó, um Home sábio sem nunca ter escrito, mas a sabedoria veio da vida e isso ninguem ensina. Não foi um acidente ser o mais extenso publicado até agora no blog, sua vida daria um filme e muito mais que um livro, mas a minha única inteção foi passar meu amor e admiração por ele.



Vindo do mar, da água salgada de lá;
Do norte do nordeste do país;
Da casa da ilha do lado de lá;
Acostumado a toma água em cantis;
Pé na areia, não tem como negar;
Geneticamente homens varonis;

Cabra da peste, sempre homem que preste;
Trabalhador, sempre suportando a dor;
Famoso até pros lados do agreste;
Sem luxo, porem situado e ajuizador;
 Respeitado e com o patriarca nunca conteste;
Tem a origem da história nos ombros, como detentor;

Cenário paradisíaco a disposição;
Comida, mulher e filhos bem acomodados;
Nada além da sua simples pretensão;
Homem de família criado e realizado;
Nessa altura, sem disposição;
Só a história que ainda não tinha acertado;

Eu tinha que vim, nascer e crescer;
Sempre no litoral tem que permanecer
E sem o Patriarca não tinha como ser;
Mesmo em São Paulo, tem praia pra ver;
Por isso o Cordel teve que mudar ter;
História pra contar, pros netos que vão crescer;

Vida de poesia ou do conto do Amado;
Ficou pra trás junto com todo reinado;
Agora é real, trabalho a seco e desadequado;
Nada de sombra, nada de beleza, nada blindado;
Tudo que bate entra, parece aprisionado;

Difícil de acostumar, fácil de encarar;
Trocar o paraíso pelo novo lugar;
Não claro que não, mas como fazer, não posso parar;
Tenho que trabalhar, várias bocas pra alimentar;
Daí precede a razão quando abre a boca pra falar;
Daí aprendi, sempre saber escutar;

Eu que agradeço então, por olhar a minha situação;
Meu avó, sábio velho e para sempre o Zangão;
Ele se orgulhava de ser apelidado;
E não foi a toa, sabe o significado?
Pois é, macho e rei, não porque se fez;
Mas tinha que honrar, ensinar e fez;

Foram sete filhos muito bem tratados;
Fora os netos que foram apanhados;
Nenhum desamparado contabilizado;
Teve como se apoiar sem usar nenhum dialeto;
Sua única língua foi objetiva, direto;
Sem rodeio, sempre certo.
Waguinho Alencar.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Eu rimo com a minha rima

Rima é rima;
E rima não é sorte;
Tem que ter passaporte;
Para praticar esse esporte;

Não paro o canto;
Passo meu canto;
Mas não fico de canto;
E podem escutar meu encanto;

Minha rima tem sentido;
E não é só pra mim;
Poesia tem característica sim;
Tem quem diga isso por mim;

A rima me salvou e pode te salvar;
Te falo acredite e comece a rimar;
Ginga do Brasil não pode faltar;
Minha rima vai globalizar;

Não tenho meta a rima que me leva;
Já que é assim, ela te liberta;
Quando é verdadeira passa e desperta;
Quando fica de lado ai desconcerta;

Disse pra você vir me acompanhar;
Na rima, no canto e em qualquer lugar;
Eu tenho uma bandeira pra levantar;
Da língua portuguesa sempre rimar;
Basta você querer agregar.
Waguinho Alencar.

Inexplicável (eu tento)

Magnetizado, vidrado, colado;
Abalado, roubado e desestruturado;
Amarrado, nada acomodado, pelo contrario afetado;
Você me deixa tudo isso além de aficionado;

Pelo seu valor, calor e odor;
De carão pela situação distinta, moderador;
Desigual, fora do normal e descontrola minha dor;
Com certeza do sentimento eu tento medo do meu amor;

Corrido como o tempo, sem ficar sonolento;
Para não culpar ninguém eu fico é atendo;
Pois faço minha parte e sigo sedento;
Porém nunca sanguinolento;

Meu sentimento é do bem;
E só me traz meu bem;
Quem me deixa sempre bem;
Para ela me guardo bem;

Mostrei, tentei, farei;
Provei, sei que exagerei;
Nunca me aproveitei, só ponderei;
Na certa só seu quero ser rei;
Waguinho Alencar.

Manual do tranquilo proceder

De boa, relax e na paz,
Mais que zen isso tanto faz;
Estou nem ligando se sou incapaz;
Só me preocupou em ser fugaz;

Sempre na cola de quem na verdade rola;
Eu mesmo fico de boa, só jogo na bola;
E deixo o jogo rolar, do lado de fora;
Com domínio da hora não degola;

Vem, passa pra cá;
Não deixa de ficar;
Protegido vou deixar;
Relax e de boa vou mostrar;

Na área tem que respeitar,
Não pode entrar pra solar;
Aqui tem regra pra jogar,
Seja na pelada ou só pra olhar;

Não tenho preocupação;
Sempre lido com atenção;
Resolvo a atual situação;
Pleno raciocínio de associação;

Não tenho B. O.
Apaziguador da quebrada;
Tento representar a rapaziada;
Tranquilo sem dar açoitada;

Não sou referência pra ninguém;
Nunca tive a quem;
Só rimo pra fazer o bem;
Acompanhe e quem faz também;

Sua vida vale mais;
Plante e colha obras boas;
Nunca fique a toa;
Represente e fique de boa.
Waguinho Alencar.

Carta de Desabafo

Engraçado, há dois dias me sinto diferente, lógico que sei exatamente o porquê;
Sei que pra você também não é difícil imaginar, e até afirmar;
Mesmo com certezas e bem resolvido sempre me pego perguntando a mim mesmo;
Posso me permitir?

Mesmo já tendo permitido meu olhar correr você de lado a lado, ponta a ponta;
Mesmo já tendo me permitido de paquerar;
Mesmo tendo me permitido te beijar;
Toda hora a ansiedade me pergunta, onde vamos parar?

Na verdade, não quero parar;
Nem te encher de perguntas;
Perguntas que não somos capazes de responder;
Mas o tempo será?

Há algum tempo te falei de sensações;
Nenhuma delas mudou com nossas ações;
Somente me fez perceber que precede;
A chegada de novas situações;

Nunca pensei em te conquistar;
Estranho porque é o natural a se falar;
Não vi isso em você;
Alguém disponível, á esperar;


Não sei se tudo isso te assusta;
Se você está preparada;
Se for isso que você espera;
Só digo o que sinto e o que sinto é verdade;

Há muito tempo não escrevia;
Nada parecido com isso;
Faltava o que dizer;
 E pra quem dizer;

Espero esclarecer;
Ao dizer, que espero você;
Até sem saber como ou quando vai ser;
Foi apenas um desabafo que você precisava saber.

Waguinho Alencar.
 

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